sábado, 4 de abril de 2015
Hoje não é um dia bom. Ontem foi pior. Quando se dorme com um choro
engasgado, um choro indeciso entre a traqueia e o esôfago. Mas se você me diz que gosto mais das coisas do que de você,
eu quebro ou rasgo o que for para provar que não. Dramático, hum?
Magnanesco. Ontem rasguei 2 livros meus — antigos, de poetas antigos
mortos antigamente — num momento de alta tensão. Não me arrependo pelos
livros. São coisas, posso quebrá-las. São minhas veias, posso rompê-las.
Já o cansaço. O cansaço de tudo vem a miúdo. Disfarçado ou à paisana.
Fica no canto do quarto me olhando por trás do jornal aberto. Não
conheço seu rosto. Um chapéu cobre os olhos. Não poderia ser diferente. O
cansaço é um detetive noir.
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Me liga na próxima rasgada de livros e doá-los. FArei bom proveito. =P
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