terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fim da história

Naquele mundo havia quartos muitos quartos
cheios de roupas de fantasia
eu morri de medo
colunas de ferro de medo onde me apoiei
e manchei de ferro a camiseta branca
naquele mundo não havia rotativas rugindo
que fazem o meu corpo arrepiar de prazer
naquele mundo
não publique fotos minhas
nunca lhe dei esse direito
não publique fotos
da mulher que fui
e não existe mais
não reproduza palavras que eu disse
porque não são mais minhas palavras
são sirenes de ambulância da tua memória
eu não sou mais assim
ponha isso na tua cabeça
eu não me conheço mais
eu estou contando as horas
e quem sabe o fim da história

domingo, 19 de julho de 2015

Histórias de um domingo a noite:


Tô trancada no meu quarto há algumas horas e -knock kock- O que foi? Lê esse livro. -Por que? -Lê esse livro!
Abro bem no meio de alguma página e...
"Se ela tinha saudade?
Queria perder-se dentro dele. Amarrar os braços dele em torno dela feito um torniquete.
Se mostrasse quanto precisava dele, ele sairia correndo"
Tudo bem, me convenceu.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Era um dia normal

Era um dia normal. Pela luz do sol, recebi uma sequência de estímulos - triângulos, céu, sons de cascalho, vento, a sensação de pano no meu corpo. Eu acordei em pé, estava de olhos abertos e não conseguia entender nada. Eu não sabia que aqueles triângulos eram árvores, o som vinha dos pneus de um carro, o tal pano era a minha camiseta, e os meus braços eram aquelas coisas conectadas a outras coisas, chamadas mãos. Havia cores e formas e som e tato, mas minha mente não conseguia compreender nada daquilo. “Quando é que eu fiquei louca e não percebi? Eu era um ser tão sensato, lembro bem” pensei.
Durante muito tempo, as coisas faziam sentido. Eu tinha certezas absolutas em uma mentalidade infantilizada. Depois que admiti que não sabia de nada, uma parte do hemisfério esquerdo, que é responsável pela linguagem, lógica e raciocínio, sufocou e morreu. Quando descobri que dar uma certa liberdade aos meus sentimentos, o hemisfério direito, responsável por criatividade, intuição e emoções, deixou de se comunicar com o outro lado. Números viraram rabiscos, as cores perderam seus nomes, a comida perdeu o sabor, a música não tinha melodia. "Isso é lindo. Mas eu estou tonta, e minha cabeça dói", pensei de novo. A coisa desandou. Fiquei louca. Insuportável.
Era um dia normal, quem não era normal, era eu.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Hoje

Hoje eu fiquei tão iluminada com seu sorriso
que cheguei a segurar a sua mão no ar
quando você não estava olhando.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Eu:


Existem alguns poucos momentos em que você consegue sair do próprio corpo, flutuar, olhar pra si, rir um pouco sobre o ser decadente que se tornou. E dizer (Mas não em voz alta). - Você não passa de um clichê.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Conchinha

O problema é que são medidas paliativas, gozar de uma noite suada de uma intensa companhia que não se sabe o nome ao certo é fantástico - mesmo, mas fazer disso uma rotina, acredite, é vazio.

O fato do sexo ser superado pela conchinha é o simbolismo da troca de cheiros, do encaixe, do sentir e entrelaçar os pés, de colocar a perna sobre o corpo dele, ou sentir a perna dele sobre a minha. É o de conversar na cama, de luz apagada, por horas, até dormir e, mesmo tendo iniciado a tentativa de sono bem cedo, dizer boa noite já ouvindo o barulho do dia começando do lado de fora. 
Sexo por sexo, vulgarizou-se, e de novo, não no sentido puritano, mas é o mais fácil de se ter, não precisa ter intimidade, basta vontade e, pronto, você se ajeita.
Intimidade, agora, intimidade é díficil, isso aí já exige construção e a conchinha é você dormir num porto, confortável, confiável, sem suspeita ou qualquer sensação que não seja a de que, apesar dessa imensidão de gente perdida, que se esbarram, não se olham, se tocam, saem, se relacionam e sofrem, você, agora, provavelmente tem alguém.

E a minha conclusão é: eu não tenho ninguém há tempos.

domingo, 10 de maio de 2015

Hum


Todo mundo tem medo de se machucar por amor, medo de morrer amanhã ninguém tem.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Ele disse

São as experiências que enriquecem o espírito.
"Uma ideia que me surgiu depois dessa viagem foi esta:
A maioria dos limites que impomos à nossa vida só existe em nossos pensamentos.
O mundo está aí para nos expandir.
Ampliemos os horizontes, então. Em frente" ele disse.

sábado, 4 de abril de 2015

Yo te prefiero...


...fuera de foco
inalcanzable hey!

Yo te prefiero
irreversible
casi intocable hey!


Ele voltou, manso, com sorrisos tímidos, me envolvendo em palavras, em olhares, com toques na memória que me remetiam 
O beijo na bochecha dele, a maciez da pele, a aspereza da barba: repito a imagem, o tato, o cheiro, mentalmente, todo dia. Trepamos na minha cama, a cena se repete.
Hoje não é um dia bom. Ontem foi pior. Quando se dorme com um choro engasgado, um choro indeciso entre a traqueia e o esôfago. Mas se você me diz que gosto mais das coisas do que de você, eu quebro ou rasgo o que for para provar que não. Dramático, hum? Magnanesco. Ontem rasguei 2 livros meus — antigos, de poetas antigos mortos antigamente — num momento de alta tensão. Não me arrependo pelos livros. São coisas, posso quebrá-las. São minhas veias, posso rompê-las. Já o cansaço. O cansaço de tudo vem a miúdo. Disfarçado ou à paisana. Fica no canto do quarto me olhando por trás do jornal aberto. Não conheço seu rosto. Um chapéu cobre os olhos. Não poderia ser diferente. O cansaço é um detetive noir.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Laranja

Dos pequenos amores, pequenas paixões, acasos, esses sim me fazem suspirar de saudade. Não os amores sérios, desses não me sobrou nada.
Quero um amor, um companheiro, prazer, mas não sei se quero a rotina ou se a rotina é o que me falta.
Quero desejar, mas quando penso em ter de verdade, fico com medo e quero me esconder.
Por que sempre escolho, os que não terão um além?
“Enquanto não acho a metade da minha laranja, vamos nos bons gominhos que nos aparecem!”

domingo, 15 de março de 2015

Eu

Muito mais importante que ter alguém é ter paz. Muito mais importante que ter alguém é saber lidar com você mesma. É se gostar, se curtir, se suportar, se superar todo dia. É gostar do que vê e do que não é visível aos olhos. É engolir e sorrir para a própria companhia. Muito mais importante que ter alguém é estar todo dia verdadeiramente apaixonada pelo “alguém” mais importante da sua vida: você mesma

quarta-feira, 11 de março de 2015

O muro

Engraçado como os ritmos são diferentes,
eu falo de cinco assuntos ao mesmo tempo.
Palavra por Palavra eu vou construindo paredes.
Vez ou outra, você me ajuda, colocando o cimento.
Um acento, o movimento, algo que assegure.
E quando vejo, você está aqui dentro.

(sobra espaços)

que um dia sem querer como um acidente como um tropeço apareça alguém que caiba na minha imensidão porque o fato de eu já estar cansada deste viver sem fim tem grande relação com relacionamentos vazios e mornos que não me cabem ou que não se encaixam em mim

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Parcimônia!

Parcimônia! Ele me disse que usaria Parcimônia! Como alguém com menos de trinta anos usa essa palavra? Me encantei.Um guri desapegado que aparenta ser exatamente o meu oposto. Eu disse: com o meu ritmo acelerado, e o seu tranquilo, podemos fazer um ritmo moderado? Ele não respondeu e ainda disse que não gostava de certo tipos de perguntas.
"Eu não posso apenas fazer as perguntas que você gosta de ouvir" retruquei.
Eu queria ser eu mesma por todo o tempo. Se eu sou uma pessoa irritante, que ele saiba logo para ter tempo de escapar pelas minhas mãos, afinal tenho esse mal de não querer quem não me quer.
Ele só disse que tinha respostas chatas. E eu imaginei, que essas respostas chatas combinaria muito bem com as minhas perguntas chatas.

Sylvia Plath, in Paris. (October 27, 1932 – February 11, 1963)


I’m terrified by this dark thing. That sleeps in me; All day i feel its soft, feathery turnings, its malignity. Clouds pass and disperse. Are those the faces of love, those pale irretrivables? Is it for such i agitate my heart?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Fella,



Eu tento te homenagear todos os dias independente de ser teu aniversário ou não, mas hoje é aquele dia que a gente precisa escrever lembrar, festejar e comemorar. Sentei aqui em frente ao computador, coloquei “The Sweetest thing” do U2 pra tocar, e antes mesmo de se quer começar a escrever, eu me emociono e fico meio quase chorando, sem motivo algum. Na verdade, pensar em você é um mistura de lembranças boas com superações, momentos difíceis, tristes que vem a tona. ...Olhar pra você é lembrar instantaneamente da nossa mãe, nos gestos, na fala, traços do rosto, o que acaba sendo um conforto por que de alguma maneira, sei que ela está aqui do meu lado, em alguma coisa que tu fala ou quando tu fazes um café pra gente no final da tarde, nas nossas piadas, frases tiradas de algum filme antigo.
A Paola é o tipo de pessoa que não comemora o dia do aniversário apenas no dia 09 de agosto, durante toda a semana, foi uma enxurrada de presentes que iam chegando, um mais legal do que o outro, ligações, homenagens, especulações de como fazer para que você tenha o conhecimento de todo amor que todo mundo que te conhece sente. E você sabe, não é? Tu és uma pessoa querida, admirada, cobiçada, cuidada e amada como uma princesa, ou como você já tem uma coroa mesmo, uma Rainha.
Eu fico olhando todo esse carinho, amor e demonstrações de afeto que chegam gratuitamente todos os dias, e agradeço, por todos aqueles que querem assim como eu a sua felicidade.
E, o meu amor por você é definitivamente a coisa mais completa que tenho, a minha estrutura, minhas razões, meus objetivos e minha inspiração.
Amo tanto você que dói. Como deve ser todo amor, acredito eu. Rezo e peço que a vida sempre lhe sorria. Através dos filmes do Peter Jackson que ainda estão por vir, dos próximos episódios de One Piece, pelo sotaque inglês do Freddie Mercury, nos acordes da Barbra. De tudo aquilo que te faz bem.
Quero que o abraço mais terno alcance o seu sempre que você precisar. Desejo que suas lágrimas caiam, mas que sejam intercaladas com algumas risadas, e que essas não sejam de nervoso. Peço que de alguma forma a vida lhe recompense, e que se ela não der conta disso, rezo para que o amor que eu e tantos outros sentimos por você seja minimamente o suficiente.
Amo você. Sempre. Mesmo quando eu ainda não sabia que amava, o que era amar, quem eu era e o que juntas seriamos. Obrigada por deixar tudo mais doce, por tudo, my deepest Love. Love of my life.


I know I got black eyes
But they burn so brightly for her
I guess it's a blind kind of love.
Ain't love the sweetest thing?
Isah Rocks com quinze anos:
"- Vou prestar vestibular para jornalismo e ter um programa na rádio pra falar sobre o rock, mas o verdadeiro rock, e dar espaço para os fãs, não só para os artistas, mas aqueles que amam e adotaram o rock como filosofia de vida. (Pensava algo assim)"
Isah Rocks hoje:
Realizar sonhos de adolescente definitivamente tem um gosto a mais, quando sonhamos algo com maturidade pensamos em todos os porém, nas dificuldades, no longo percurso, botamos todas as dificuldades de ser adultos e colocamos os sonhos no topo de uma prateleira que nunca iremos alcançar.
Na adolescência não, o caminho é fácil, não é preciso de muito esforço, você apenas imagina e aquilo vira realidade. A famosa frase do Pablo Picasso dizia "Tudo que puderes imaginar se torna real", e é bem assim.
Todo adolescente deveria passar pela fase rock 'n roll, e eu passei, (aquela época rebelde que nunca passou), cabelo colorido, botas, pulseiras, camisetas de banda, letras agressivas, piercing, tatuagem, ah como essa fase me foi divertida. E sinto falta, sou desapegada com tudo e com todos, mas com o rock não, não me desfaço, eu simplesmente continuo comprando as camisetas de banda e desenhando caveiras e balançando os cabelos voando ao som do pesado.
O rock chegou pra mim na pior fase da minha vida. Minha mãe tinha morrido, a vida era um caos, e tudo estava desmoronando. E eu estava com raiva. Muita raiva, de tudo e de todos. Certa vez, comentei isso com alguém e essa pessoa me perguntou: Então o Rock foi um consolo, um escape? - Não.
Pelo contrário, o rock fez com que eu sentisse toda a raiva e dor a flor da pele. Ele fazia com que eu retrucasse, respondesse, me rebelasse. Era a única coisa que fazia sentido.
Definitivamente o que eu escutei e senti nessa época, me fizeram a pessoa que sou hoje. Esses dias conversando com um amigo, comentei que tentava não me vitimizar, mas que tive uma infância/ adolescência dignos de mocinha de novela mexicana. E a única coisa capaz de me tirar daquela vida eram as letras do Pink Floyd, as frases do Queen, o peso irracional do Iron Maiden.
A fase ruim passou, eu finalmente consegui aceitar que coisas ruins acontecem com todo mundo. Porém, tudo aquilo tinha deixado marcas e eu precisava me aproveitar daquilo tudo. Depois, uma compilação de coisas boas começaram a acontecer nas nossas vidas, (dificil falar sobre mim no singular, sendo que passei por tudo ao lado da Paola Carvalho). Vez ou outra me pego desconfiada achando que não é mera coincidência, mas as coisas vem facilmente dando certo, quase como uma bênção.
Em um mundo que todas as pessoas derrubam umas as outras, comigo não, eu simplesmente estou cercada de pessoas que me ajudam, que me acreditam, que me apoiam, o que faz com que eu me pergunte: - Meu Deus, eu mereço isso?
É um tempo de águas calmas, o rio vai fluindo e estamos conseguindo chegar lá. Os projetos vão dando certo, as portas vão se abrindo e quando os funkeiros promovem o ódio e a inveja dos inimigos, nós do rock, não. ( Falo dos verdadeiros rockers). Nós somos unidos, juntos vamos rompendo os paradigmas, criamos laços, somos amáveis, somos polêmicos. Só com a filosofia do rock 'n roll conseguiríamos chegar nesse primeiro ano intactos.
Um ano que o Rock&História está no ar. E eu sou grata. Aos ouvintes, aos idealizadores, a nossa equipe, a minha supervisão, aos produtores, aos músicos, aos rockers, aos colaboradores, aos meus entrevistados e aos meus amigos que assim como eu tem uma História de rock para contar.
Obrigada
FOR THOSE ABOUT ROCK
WE SALUTE YOU!
Isah Carvalho

domingo, 18 de janeiro de 2015